Ao nascer, o bebê enfrenta um
ambiente completamente novo, sem a segurança, o calor e o aconchego a que
estava acostumado na barriga da mãe.
Nesse período é muito importante ele receber muito carinho para se
sentir seguro e protegido. O carinho em abundância não “estraga” o bebê como
muitos ainda acreditam; colocar o bebê no colo quando ele chora também não vai
fazer com que ele fique mimado. Toques delicados, palavras suaves, olhar nos
olhos faz o bebê se sentir seguro e contribuirá para torná-lo um adulto menos
ansioso.
Esses ensinamentos fazem parte da formação do
líder da Pastoral da Criança e precisam ser ensinados às mães. Também são
orientações do médico Wolmar Carregozi, que divulgou uma pesquisa feita nos
Estados Unidos onde se comprovou a importância do relacionamento mãe e bebê
para a saúde emocional do adulto.
“O bebê comunica suas necessidades,
principalmente pelo choro. Ele chora de fome, de dor, de frio ou de calor,
pedindo aconchego e porque está molhado. Ao ser atendido aprende que alguém
cuida dele” (Guia do Líder da Pastoral da Criança).
“O choro é um jeito do bebê se comunicar,
Pegar o bebê no colo e verificar porque ele chora não o acostuma mal. Bebê que
não é atendido quando chora, geralmente se torna mais chorão. Se sente que
alguém cuida dele, fica mais tranqüilo”, ensina a Pastoral, destacando que “o
colo é uma demonstração de amor”.
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O
afeto tem efeito a longo prazo...
Carinho da mãe gera adultos com
melhor saúde emocional
Um estudo feito nos Estados Unidos indica que
pessoas que recebem carinho em abundância de suas mães quando bebês são mais
capazes de lidar com as pressões da vida adulta. A pesquisa, divulgada pela
publicação científica Journal of Epidemiology and Community Health, foi feita
com 482 moradores do Estado americano de Rhode Island (nordeste do país), que
foram avaliados quando crianças e na vida adulta.
Os cientistas disseram que os abraços, beijos e
declarações de afeto da mãe aparentemente têm efeito em longo prazo e tendem a gerar
um vínculo sólido com o bebê, contribuindo para a saúde emocional das
pessoas.Segundo os pesquisadores, o vínculo sólido entre mãe e bebê não apenas
diminui o estresse da criança como também a ajuda a desenvolver recursos que a
auxiliarão em suas interações sociais e na vida de maneira geral.
Nota para a afeição
Como parte do estudo, psicólogos avaliaram a
qualidade das interações entre mães e seu bebê de oito meses durante uma
consulta de rotina.
Do total de 482 casos, uma em cada dez mães
apresentou níveis baixos de afeição em relação ao bebê. A maioria (85%, ou 409
mães) demonstrou níveis normais de afeição, e 6% (27) mostraram níveis bastante
altos.Trinta anos mais tarde, os pesquisadores entraram em contato com as
crianças, agora adultos, e as convidaram a participar de uma pesquisa sobre seu
bem-estar e emoções.
Eles preencheram questionários que incluíam
perguntas sobre sintomas específicos, como ansiedade e hostilidade, e também
sobre níveis gerais de estresse.Também foi perguntado aos participantes se eles
achavam que suas mães tinham lhes dado afeto, com respostas variando entre
“concordo enfaticamente” e “discordo enfaticamente”.
Afeto contra o estresse
Ao analisar os dados, os pesquisadores verificaram
que as crianças cujas mães se mostraram mais afetuosas aos oito meses de idade
apresentavam os menores índices de ansiedade, hostilidade e perturbação geral.
A equipe de pesquisadores concluiu que crianças que
receberam grandes doses de afeição das mães se revelaram mais capazes de lidar
com todos os tipos de estresse. Em particular, participantes cujas mães eram
calorosas pareceram lidar melhor com a ansiedade do que os que tinham mães
frias.
“É surpreendente que uma observação rápida do calor
maternal na infância esteja associada com perturbações nos filhos 30 anos mais
tarde”, disseram os autores do estudo. A equipe acrescenta, no entanto, que a
influência de outros fatores, como personalidade, criação e escolaridade, não
pode ser excluída.
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