Estudos científicos
internacionais e nacionais comprovam que os primeiros mil dias de vida podem
afetar o resto da vida de uma pessoa. Ou seja: o que acontece durante os
primeiros nove meses (270 dias), ainda dentro do útero materno, e nos outros
dois anos seguintes (730 dias), pode determinar uma vida adulta mais saudável
ou o aparecimento de doenças graves e crônicas.
Todas
essas informações têm reforçado as ações dos líderes da Pastoral da Criança,
orientando as gestantes, as mães e os responsáveis pelos bebês sobre a
importância dos cuidados a serem observados. As ações foram recentemente
elogiadas pelo Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que destacou a Pastoral
como uma parceira importante da promoção da saúde, viabilizando o
acompanhamento de mais de 1,3 milhão de crianças menores de seis anos e 70 mil
gestantes em todo país.
Os Problemas e os cuidados
Para
garantir uma vida saudável, os cuidados devem começar cedo, durante a gravidez
da mãe. Está comprovado que o cigarro, o álcool, as drogas e a má nutrição
durante esse período podem acarretar debilidade no recém – nascido,
comprometendo a saúde ao longo de sua vida.
David
Barker, professor de cardiologia da Universidade de Southampton (Reino Unido)
comprovou que o baixo peso ao nascer (menos de 2,5 kg) torna a criança mais
vulnerável a desenvolver algumas doenças crônicas na fase adulta, como
hipertensão arterial e diabetes (porque o organismo dela entende que precisa
armazenar mais energia em forma de gordura do que uma criança que nasceu com o
peso normal). Por isso é preciso que as
gestantes tomem cuidados especiais, como: fazer o acompanhamento pré-natal
durante toda a gestação em um serviço de saúde,; evitar o fumo, o álcool e as
drogas; ter uma alimentação saudável, levar a gravidez até o final e optar pelo
parto normal.
Já
nos dois primeiros anos de vida, a amamentação é o grande aliado da boa saúde futura. As crianças que não mamam no
peito apresentam mais pressão alta, diabetes e obesidade na adolescência e
depois de adultas. A alimentação saudável e o peso adequado à idade também vão
diminuir os riscos de diabetes na vida adulta. E é preciso também estar atento
à higiene, às vacinas e dar muito carinho e atenção aos filhos. O neuropediatra
Mauro Muszkat, coordenador do Núcleo de Atendimento Neuropsicológico Infantil
da Unifest alerta que os dois primeiros anos de vida são os mais significativos
para o desenvolvimento do cérebro.
“Metade
do crescimento cerebral da vida inteira acontece nesse período”, ele alerta.
Ele explica que o bebê nasce com o cérebro desenvolvido na área sensorial
(olfato, tato e audição), mas nos dois primeiros anos de vida passa pelas
maiores modificações cognitivas, adquire as habilidades motoras mais amplas
(como o andar) e mais finas (como conseguir pegar pequenos objetos).
Toda
criança tem potencial, mas os pais têm um papel decisivo na forma como ela vai
se desenvolver, ensina Ricardo Halpern, pediatra, presidente do Departamento
Científico de Comportamento e Desenvolvimento da Sociedade Brasileira de
Pediatria (SBP).
É
por isso que o trabalho dos líderes da Pastoral da Criança, acompanhando
mensalmente e orientando as futuras e jovens mamães, é tão importante para
garantir um futuro com mais saúde para todos.
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