quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Primeiros mil dias garantem vida adulta saudável

Estudos científicos internacionais e nacionais comprovam que os primeiros mil dias de vida podem afetar o resto da vida de uma pessoa. Ou seja: o que acontece durante os primeiros nove meses (270 dias), ainda dentro do útero materno, e nos outros dois anos seguintes (730 dias), pode determinar uma vida adulta mais saudável ou o aparecimento de doenças graves e crônicas. 

Todas essas informações têm reforçado as ações dos líderes da Pastoral da Criança, orientando as gestantes, as mães e os responsáveis pelos bebês sobre a importância dos cuidados a serem observados. As ações foram recentemente elogiadas pelo Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que destacou a Pastoral como uma parceira importante da promoção da saúde, viabilizando o acompanhamento de mais de 1,3 milhão de crianças menores de seis anos e 70 mil gestantes em todo país.


Os Problemas e os cuidados


Para garantir uma vida saudável, os cuidados devem começar cedo, durante a gravidez da mãe. Está comprovado que o cigarro, o álcool, as drogas e a má nutrição durante esse período podem acarretar debilidade no recém – nascido, comprometendo a saúde ao longo de sua vida.
David Barker, professor de cardiologia da Universidade de Southampton (Reino Unido) comprovou que o baixo peso ao nascer (menos de 2,5 kg) torna a criança mais vulnerável a desenvolver algumas doenças crônicas na fase adulta, como hipertensão arterial e diabetes (porque o organismo dela entende que precisa armazenar mais energia em forma de gordura do que uma criança que nasceu com o peso normal).  Por isso é preciso que as gestantes tomem cuidados especiais, como: fazer o acompanhamento pré-natal durante toda a gestação em um serviço de saúde,; evitar o fumo, o álcool e as drogas; ter uma alimentação saudável, levar a gravidez até o final e optar pelo parto normal.
Já nos dois primeiros anos de vida, a amamentação é o grande aliado da boa  saúde futura. As crianças que não mamam no peito apresentam mais pressão alta, diabetes e obesidade na adolescência e depois de adultas. A alimentação saudável e o peso adequado à idade também vão diminuir os riscos de diabetes na vida adulta. E é preciso também estar atento à higiene, às vacinas e dar muito carinho e atenção aos filhos. O neuropediatra Mauro Muszkat, coordenador do Núcleo de Atendimento Neuropsicológico Infantil da Unifest alerta que os dois primeiros anos de vida são os mais significativos para o desenvolvimento do cérebro.
“Metade do crescimento cerebral da vida inteira acontece nesse período”, ele alerta. Ele explica que o bebê nasce com o cérebro desenvolvido na área sensorial (olfato, tato e audição), mas nos dois primeiros anos de vida passa pelas maiores modificações cognitivas, adquire as habilidades motoras mais amplas (como o andar) e mais finas (como conseguir pegar pequenos objetos).
Toda criança tem potencial, mas os pais têm um papel decisivo na forma como ela vai se desenvolver, ensina Ricardo Halpern, pediatra, presidente do Departamento Científico de Comportamento e Desenvolvimento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
É por isso que o trabalho dos líderes da Pastoral da Criança, acompanhando mensalmente e orientando as futuras e jovens mamães, é tão importante para garantir um futuro com mais saúde para todos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário